Último ano do Ensino Médio, vestibular, cursinho, decidir o futuro em seis meses… que vontade de gritar e sair correndo!
Os adolescentes e jovens adultos sofrem uma pressão muito forte de todos os lados quando o assunto é escolher o curso da faculdade, mas será que se a gente organizar essa escolha em um passo-a-passo ela não fica mais leve? Vem com a gente descobrir!
1. Identifique suas preferências
É natural que, ao longo das suas quase duas décadas de vida, você tenha desenvolvido certa preferência por determinadas disciplinas e tenha identificado as competências e habilidades nas quais você se destaca. Caso não consiga identificar as suas áreas de facilidade, você certamente sabe as que você não gosta de jeito nenhum, o que já é um bom começo.
Estas habilidades, conhecimentos e hobbies, bem como a sabedoria quanto às atividades que você não gosta são muito úteis no momento de definir a sua graduação.
Anote em um papel três listas: áreas e atividades com as quais você se identifica; áreas e atividades que você não adora, mas tolera; e áreas que você definitivamente não gosta. Este primeiro passo de autoconhecimento é muito importante para nortear as próximas etapas da sua escolha.
2. Estabeleça seu propósito
Depois de ter realizado uma análise das suas preferências, é hora de olhar para o seu futuro de forma mais ampla: independentemente da profissão que você escolher, quem você quer realmente ser?
Você já deve ter ouvido falar de pessoas muito ricas e aparentemente bem sucedidas que se sentiram sozinhas ou tristes após terem conquistado tanto. Isto tende a acontecer com pessoas que miraram no sucesso financeiro e ignoram um propósito pessoal. Dinheiro, sucesso e status podem ser ótimos degraus, mas o que você fará quando chegar ao topo? Ao final da sua vida, como você quer ser lembrado?
Estas perguntas são muito intensas e desafiadoras, mas começar a sua carreira com um propósito de vida não apenas irá te ajudar a manter o foco no que você escolher, como também te trará conforto e perspectiva nos momentos em que você se sentir inseguro.
3. Delimite suas expectativas
Comparar a nossa trajetória com a de outras pessoas é uma injustiça com a nossa própria evolução, mas é uma prática cada vez mais comum no nosso cotidiano de visibilidade trazida pelas redes sociais. Por isso, é importante que você calibre as suas expectativas e saiba que você não terá a bagagem e o salário do seu colega de profissão que atua há 30 anos na área com seis meses de diploma.
Lembre-se que ao estabelecer as suas prioridades de carreira – que começará com a sua graduação -, é importante que você tenha como âncora o seu propósito de vida. Isso facilitará com que você compreenda em quais expectativas você deve focar e quais não se aplicam a você.
4. Silencie as influências parciais
Família e amigos são vozes muito importantes durante a escolha deste passo tão importante para o nosso futuro, pois eles podem ter visões sobre nós baseadas em aspectos que nós mesmos não enxergamos. Entretanto, é preciso sabedoria para avaliar quais opiniões são construtivas e fundamentadas em características suas e quais delas são apenas projeções, expectativas e receios próprios.
Pode ser que seus pais, por exemplo, não compreendam o seu desejo de cursar uma graduação em uma área emergente, sugerindo que você opte por um curso mais tradicional, como direito ou medicina. Note que esta sugestão não parte necessariamente de uma avaliação das suas habilidades, mas de um receio de que você não alcance o que eles entendem por sucesso.
Do mesmo modo, seus amigos podem não compreender a sua preferência por determinada área e desestimulá-lo(a), seja por uma sensação de competitividade, seja por medo de que você se afaste, seja por não compreenderem os seus interesses. Novamente, essa opinião não diz respeito a você, mas a eles.
Sempre que alguém opinar sobre a sua escolha de graduação, ainda que da sua família ou do seu círculo de amizades, pergunte a si mesmo: essa opinião é baseada nas minhas características ou nas de quem está opinando?
5. Realize testes vocacionais e consultorias
Testes vocacionais online podem ser rápidos, práticos, gratuitos e até podem traçar ideias iniciais sobre as suas tendências, mas o ideal é que você consulte um profissional que irá individualizar o seu caso e te auxiliar na sua busca através da provocação do autoconhecimento e da ponderação.
Psicólogos vocacionais, consultores de recursos humanos e coaches de carreira são alguns dos profissionais aos quais você pode recorrer para obter uma opinião segura sobre os seus anseios, desde que você esteja certo da formação e da reputação de quem você escolher para te ajudar.
6. Pesquise seus cursos de interesse
Neste momento, você provavelmente já terá afunilado suas opções de curso e agora, você precisa estudar cada uma delas.
Busque não apenas quais as profissões que são exercidas após cada graduação, mas como é a grade curricular e as atividades ao longo dos cursos, pois se você não se mantiver engajado ao longo dos estudos, as chances de desistência tornam-se bem maiores.
7. Converse com alunos e profissionais da área
Esta dica é complementar à anterior: após ter uma ideia objetiva de como é o curso do seu interesse, procure ouvir os depoimentos e histórias de quem já passou por aí, tanto de alunos deste curso, que estão em contato com os desafios e realizações da graduação, quando profissionais já formados, que terão a experiência tanto acadêmica quanto profissional para compartilhar com você.
8. Avalie o cenário do mercado de trabalho
Assim como as relações de trabalho e as profissões de sucesso não são as mesmas de 20 anos atrás, lembre-se de que pode ser que todo o cenário do mercado de trabalho tenha se alterado até o dia da sua formatura.
Por isso, estude não apenas o mercado de trabalho atual, mas as tendências e expectativas dos especialistas para o futuro e como elas se comunicam com o que você pretende como profissão.
9. Analise as possibilidades que cada curso oferece
Esta dica também complementa a anterior, pois ao considerar as formas com as quais o mercado de trabalho poderá mudar, você amplia seu horizonte de possibilidades e pode pensar em como aplicar a sua formação de forma a conectá-la às prováveis novas tendências de atuação.
Ao fazer isso, você pode inclusive unir mais de uma área do seu interesse, optando por uma graduação que te permita atuar de maneira interdisciplinar com outros campos profissionais que você gosta.
10. Não tenha medo de recomeçar
Mesmo que você alcance um resultado satisfatório após essa jornada de busca pelo seu curso de graduação ideal, lembre-se que as pessoas estão em constante evolução e que faculdade não é sentença.
Ao iniciar a sua graduação, lembre-se que se você sentir vontade de interromper a graduação, está tudo bem. Novamente, evite comparações com outros colegas, pois a faculdade não é uma corrida com um só vencedor. Cada um tem um tempo, um passo e uma jornada, e o sucesso só é possível através do autoconhecimento e da coragem para abraçar as mudanças quando elas se apresentam.
E aí, ficou mais calmo(a)? Organizar esse turbilhão de preocupações e traçar um caminho claro com certeza te ajudará a ter mais calma para realizar uma escolha racional e tranquila!