Saiba o que é empreendedorismo, quais os tipos e dicas para começar um negócio do zero.
Você certamente já ouviu falar em empreendedorismo. Este termo ganhou bastante destaque nos últimos anos e, especialmente com o alcance das redes sociais, parece que mais e mais pessoas que conhecemos estão abrindo negócios próprios a cada dia. Mas e você, já pensou em empreender? E mais importante: sabe o que isso significa?
O que é empreendedorismo?
Empreendedorismo é a capacidade de criar e gerir um negócio que soluciona questões de maneira inovadora, sejam elas grandes e complexas ou pequenas e cotidianas.
Ou seja, empreender não é apenas criar uma empresa ou negócio, mas a habilidade de criar uma demanda para o mercado de consumo existente, captar uma dor da sociedade que ainda não tem solução ou cuja solução ainda não é completamente atendida e criá-la a partir de um negócio.
Entretanto, não é necessário que o negócio seja completamente diferente de tudo que já existe para que seja considerado inovador e alcance sucesso; o empreendimento pode ter como base um modelo de negócio similar a um outro já existente, mas que tem como diferencial a forma de oferta de seus produtos e serviços, o público consumidor, o alcance através de diferentes canais e até mesmo a forma de suprir lacunas de um outro empreendimento.
Quais são alguns dos tipos de empreendedorismo?
Agora que você já entendeu o que é o conceito, deve saber que há vários tipos de empreendedorismo. Aqui, te apresentamos alguns dos principais.
O Empreendedorismo Social é um modelo que tem como enfoque principal a solução de problemas da sociedade, cuja importância inclusive se sobrepõe ao lucro. Para este tipo de empreendedorismo, é importante que o projeto gere receita suficiente para que se mantenha viável, mas o lucro não é um imperativo. Um exemplo prático são as Organizações Não-Governamentais (ONGs).
O Empreendedorismo de Negócios, por sua vez, tem como foco o aumento de receitas e do lucro, correspondendo à busca da maior parte das empresas que conhecemos, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte.
O Empreendedorismo Informal, muito praticado pelos brasileiros, é a prática de empreender sem qualquer tipo de formalização legal, ou seja, corresponde aos empreendimentos que não abrem empresa formalmente, não recolhem impostos, não declaram receitas e não contratam funcionários formalmente. Apesar de parecer uma modalidade atrativa para quem pensa em começar um negócio, este tipo de empreendimento costuma encontrar tribulações a médio e longo prazo, pois pode gerar confusão entre as receitas pessoais e da empresa, limita as possibilidades de crédito e de crescimento e pode gerar até mesmo questões tributárias indesejadas.
O Empreendedorismo Verde é uma modalidade que considera como prioridade a relação sustentável entre a existência e o crescimento da empresa com a preservação ambiental, apresentando como pilar de sua funcionalidade, por exemplo, o uso eficiente e consciente dos recursos naturais.
O Empreendedorismo Digital, um dos mais populares atualmente, é aquele que nasce e se desenvolve no meio digital, ou seja, sua existência e crescimento dependem, em maior parte, do estudo e desempenho das plataformas virtuais. Alguns exemplos são os infoprodutores, as lojas virtuais e e-commerces e os profissionais de marketing digital.
O Empreendedorismo Cooperativo é baseado no conceito de economia colaborativa e consiste na união de empreendedores que mutuamente se apoiam para que todos alcancem maior crescimento. Trata-se de uma troca de recursos e conhecimentos que, quando sob uma gestão eficiente, possibilita com que todos os empreendedores envolvidos contribuam com os empreendimentos uns dos outros.
É importante também mencionarmos o Empreendedorismo Feminino, que é a modalidade de empreender cujo protagonismo é de mulheres, e o Empreendedorismo Negro, cuja liderança é de pessoas racializadas. Ambas estas modalidades de empreendedorismo têm ganhado muito incentivo e têm como grande destaque a busca pela correção de questões estruturais da sociedade, como a pouca expressividade de pessoas minorizadas em cargos de liderança e em posições de poder.
E por que as pessoas empreendem?
Para responder a esta questão, é necessário olhar, primeiramente, para os grandes marcos sociais que alteraram as mentalidades das últimas gerações em relação às gerações anteriores.
Para os bisavós de quem nasceu entre 1990 e 2000, era impensável que uma mulher trabalhasse fora de casa ou que um homem não trabalhasse. Já para muitas de suas avós, alguns trabalhos já eram permitidos – ainda que sob condições desiguais. Suas mães, nascidas entre 1960-1980, vivenciaram grandes marcos da libertação feminina e o reconhecimento formal de direitos trabalhistas. O que se observa, portanto, é que, quando falamos em trabalho, a busca é, há muito tempo, por modalidades cada vez mais livres. E é por esta constante busca por liberdade que os milennials e a geração Z têm, em grande parte, procurado cada vez mais autonomia.
Além dessa busca por liberdade, o “boom” do empreendedorismo também deve ser analisado sob duas modalidades: o empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade.
O Empreendedorismo por Oportunidade é o cenário mais romântico: o empreendedor acusa uma demanda na sociedade e percebe uma oportunidade para solucioná-la. Esta forma de empreender tem como ponto de partida a escolha individual do empreendedor, que pode ou não perseguir sua ideia e transformá-la em um negócio viável, de maneira calma, estratégica, muitas vezes com um planejamento de recursos e com mais conforto para executar protótipos.
Já o Empreendedorismo por Necessidade é uma modalidade que se tornou muito familiar a muitos brasileiros nos últimos tempos e que nem sempre é tão linear: o empreendedor se vê em uma situação de desemprego ou subemprego e precisa trabalhar, mesmo que, para isso, precise criar um negócio próprio. E exemplos não faltam: Quantas novas docerias artesanais, restaurantes delivery e lojas virtuais abriram na sua cidade nos últimos dois anos?
O empreendedor por necessidade nem sempre tem tempo e recursos para identificar um mercado novo e pensar em um produto ou serviço inovador com tanta calma; para ele, a tentativa e erro costuma ser a principal escola.
Dicas para quem quer começar a empreender
Seja qual for a modalidade de empreendimento que te chamou a atenção, você deve saber que há algumas características-chave que o empreendedor deve identificar e desenvolver para que aumente suas chances de sucesso.
A primeira delas é o estudo. Uma vez que você identificou qual é a demanda que o seu negócio irá suprir, você precisa estudar este mercado, seu público, a concorrência, a melhor forma de marketing, quantificar os recursos iniciais, traçar metas possíveis, testar um protótipo do seu seu produto, entre muitos outros! Para isso, é preciso estudar – tanto a teoria quanto a prática, conversando com outros empreendedores que já estiveram neste estágio inicial e que podem te dar dicas valiosas para começar um negócio do zero.
Depois de ter estudado tudo isso, é hora de se organizar e planejar. A ansiedade de quem começa um novo empreendimento é sempre um obstáculo, por isso, é importante calibrar as expectativas e traçar um plano de ação com etapas bem definidas. Quais são os passos principais para começar? Quais são os secundários? Quais são as metas para daqui um mês? E para um ano? E nada de confiar na sua memória, anote tudo em um planner ou em um quadro esquemático – se perder é mais fácil do que você imagina.
A terceira dica é uma que costuma desafiar a nossa confiança e até mesmo a nossa autoestima: tenha tolerância para erros. No empreendedorismo, se você não está errando, você provavelmente não está evoluindo. Mesmo com muito estudo e planejamento, gerenciar um empreendimento envolve desenvolver habilidades relacionadas a muitos setores: marketing, logística, criatividade, sistemas, atendimento, contabilidade, finanças, entre outras! E é claro que ninguém começa já sabendo de tudo, especialmente quando não há recursos iniciais suficientes para que você inicie seu negócio com uma equipe especializada. Por isso, planeje-se, mas seja tolerante consigo mesmo. Lembre-se que erros são aprendizados e passe para próxima dica.
E a próxima dica é: não desista. Lembra que calibrar as expectativas é difícil para o empreendedor? Pois é. Pode ser que, no curso de um ano, você perceba que teve mais acertos do que erros, que não alcançou a meta desejada e que está desanimado com o seu projeto – e é neste momento em que é separado o joio do trigo, porque esse é o momento em que a maioria das pessoas desiste. Se você olhar para o seu “ano de fracasso” como um “ano de aprendizados”, coletar tudo que você evoluiu e tomar fôlego para lapidar o seu empreendimento, você já está um passo à frente de muita gente e um salto à frente em direção às suas metas.
O empreendedorismo também impõe iniciativa. O bom empreendedor não pode ter vergonha de fazer conexões importantes, de buscar parcerias e oportunidades e de se colocar de forma incisiva no mercado, sempre de forma ética, é claro.
É importante que o empreendedor também saiba solicitar e aceitar feedbacks. Esta é a melhor maneira de avaliar como o seu produto ou serviço está sendo recepcionado pelo seu público e identificar as áreas que merecem mais atenção.
E não precisamos nem falar da importância de desenvolver habilidades de liderança, né? Se você planeja que o seu negócio cresça e que você eventualmente conquiste um time de colaboradores, é crucial que você esteja apto a liderá-los em busca de objetivos!
E aí, conseguiu compreender um pouco mais sobre esta palavrinha comprida cada vez mais presente no nosso cotidiano?