Se você já procurou estratégias para uma boa inserção ou recolocação no mercado de trabalho, provavelmente já ouviu falar em empregabilidade. Mas você sabe exatamente o que quer dizer esta denominação?
Vamos a um exemplo cotidiano. Ao se inscrever para uma vaga de emprego, você provavelmente realiza um breve processo de análise: a reputação da empresa, seu clima organizacional, premiações, localização, o regime de trabalho, a descrição da vaga, entre outros. E a empresa, ao te selecionar para preencher uma vaga, também analisa você: sua formação, experiência, competências técnicas e individuais, saúde, ética e comportamento, etc. Este conjunto de fatores que determina a sua posição no mercado de trabalho, sua probabilidade de contratação e de permanência em uma empresa e até mesmo suas chances de ascensão profissional é o que chamamos de empregabilidade.
A empregabilidade é, portanto, a probabilidade de um candidato ser contratado, assim como de um colaborador permanecer na empresa e até ser promovido, com base em fatores de ordem pessoal e profissional.
O departamento de recursos humanos das empresas, ao avaliarem um candidato para um cargo, analisam uma série de fatores que fazem parte do que chamamos de pilares da empregabilidade. Este candidato pode ser alguém externo que busca participar da empresa ou alguém que é colaborador e está em busca de outra posição. Os pilares da empregabilidade são sete:
1- Adequação ao cargo
Não basta que o currículo do candidato seja extenso, ele deve guardar relação com a vaga almejada. O profissional que conhece as atribuições do cargo e possui qualificação para a vaga tem mais chances de desempenhar melhor a função, auxiliar os colegas e contribuir com o crescimento da empresa.
2- Competências e habilidades
Este pilar avalia as competências gerais e específicas do profissional, como hardskills e softskills, idiomas, perfil profissional, a realização de cursos e workshops voltados ao aprimoramento de suas capacidades, indicativos de sua busca constante por evolução.
3- Reputação e idoneidade
O candidato precisa ser considerado confiável para acessar informações valiosas da empresa e, para isso, é importante que comprove sua boa reputação e idoneidade. Uma carta de recomendação do último trabalho, por exemplo, pode ser muito valiosa, seja do chefe do seu último trabalho, seja do chefe do seu departamento atual – caso você esteja em busca de outro cargo dentro da sua empresa.
4- Ética
Na mesma linha da idoneidade, a ética é uma característica de alinhamento individual que diz respeito à forma com a qual o candidato lida com situações que exigem uma bússola moral aprimorada. Para avaliar este pilar, o recrutador pode realizar testes e perguntas que busquem compreender a tendência de comportamento do candidato em cenários complexos.
5- Saúde física e mental
O recrutador não pode discriminar o candidato que apresente alguma enfermidade, mas com certeza irá avaliar seus cuidados com a saúde. Isto porque a busca por um estilo de vida saudável se mostra cada vez mais importante para a empresa, tanto pela qualidade de vida dos colaboradores quanto pela eficiência corporativa, pois o colaborador que se preocupa com a saúde tende a um melhor desempenho e possui menor probabilidade de ser afastado, por exemplo.
6- Relacionamento pessoal
A forma com que o profissional se relaciona influencia não apenas seu próprio desempenho, mas o comportamento de toda a equipe. Por isso, é necessário avaliar se o candidato se comunica de forma adequada, utiliza o bom senso, contribui com a motivação e desempenho do grupo e respeita os demais colaboradores em todos os níveis hierárquicos.
7- Finanças pessoais
Por incrível que pareça, o recrutador tem interesse em saber como o candidato se organiza financeiramente. Além de atestar a capacidade de planejamento do candidato, a boa gestão de recursos é um indicativo da qualidade de vida do candidato e de sua disposição para se dedicar exclusivamente à empresa – sem que procure trabalhos por fora para complementar a renda -, além de trazer mais tranquilidade à empresa em relação a possíveis momentos de instabilidade.
É dentro destes pilares principais que se situam os fatores de empregabilidade, como a formação acadêmica, a experiência profissional, as habilidades técnicas, os conhecimentos em áreas gerais e específicas, a inteligência emocional, a aptidão física para realizar determinadas tarefas, os métodos individuais de organização e proatividade, perfil de liderança e colaborativo, a busca por aprimoramento e o respeito à organização e aos colegas.
Agora que você já sabe o que é empregabilidade e quais são seus principais pilares e fatores de influência, resta aprender como desenvolver estas características que os recrutadores buscam. Separamos algumas dicas de como aprimorar exercitar as suas habilidades:
- Treinar falar em público sempre que possível;
- Praticar escuta ativa para interpretar os sentimentos e a personalidade das pessoas à sua volta;
- Buscar cursos, palestras e workshops relacionados à sua área de atuação, visando a qualificação, capacitação e atualização dos seus conhecimentos e métodos;
- Solicitar cartas de recomendação aos seus antigos empregadores e colegas;
- Identificar seus valores éticos, repeti-los como um mantra e treinar sua aplicação em situações complexas;
- Realizar consultas médicas e psicológicas periódicas e manter uma rotina saudável;
- Organizar-se financeiramente, visando construir uma reserva financeira que some pelo menos o equivalente a seis meses dos seus vencimentos atuais;
- Compreender como a sua jornada pessoal e profissional contribuiu com a sua formação geral até aqui e como você pode utilizá-la em benefício de diferentes equipes e espaços de trabalho;
- Realizar diferentes atividades em grupo que exijam exercício tanto físico quanto mental, como integrar uma equipe de um esporte coletivo e participar de jogos colaborativos de tabuleiro, sempre solicitando feedbacks sinceros dos seus colegas em relação à sua participação como colaborador e como líder.